IAs como ChatGPT vão roubar nossos empregos? 🤖 | Vagas badaladas da semana!
Chegou a sua newsletter preferida! E vamos falar um pouco se realmente as IAs como o mais recente ChatGPT vão roubar nossos empregos e nos tornar obsoletos! E claro, na sequência as vagas da semana!
Notícias e vídeos com títulos desta forma te incomodam?
Sim, pra mim sim, e não é por que eu acredite nisso, mas por que colabora para tornar pessoas mais ansiosas do que já são, podendo prejudicar o presente delas por conta de um futuro que não sabemos se de fato irá ocorrer.
O futuro é uma caixa preta.
O futuro é uma caixa preta por si só, onde não sabemos o que irá acontecer conosco e com o mundo, e ainda mais ele sendo injusto, difícil e complicado, logo, a possibilidade de tornar o que faz você ganhar dinheiro, ter comida na mesa, cuidar da sua família, ter seus lazeres, em algo automatizado feito por máquinas é, no mínimo, extremamente desconfortante, mesmo sabendo que, dada toda evolução tecnológica, seja a tendência ao passar do tempo.
E não só isso!
Incomoda também pois, em muitos casos, banaliza certas profissões, como se todo o esforço e estudo de pessoas que a realizam, fosse tirado fora de campo. E podemos até a ter pensamentos sobre avaliar se realmente vale a pena o esforço de continuar estudando, aprendendo coisas novas, com a tendência de imaginar que o esforço não valerá pois ficaremos obsoletos.
Vou passar por alguns tópicos abaixo falando quando hypes como essas surgem prometendo roubar alguma coisa.
Hypes aparecem de tempos em tempos
Preste atenção: de tempos em tempos surge algo, uma novidade, algo revolucionário, que vai mudar da noite pro dia tudo, ou alguma coisa! E por uma quantidade de tempo vemos uma enxurrada de conteúdo como estes bombardeando a gente:
Vídeos no YouTube;
Trends de TikTok;
Infinitas threads no Twitter;
Textos em todos os portais de notícias;
Artigos no LinkedIn exaltando algo e fazendo relação com o hype.
Inclusive, eu nem pretendia tratar disso nessa newsletter, mas é que vejo a coisa tomando uma proporção um pouco nociva, principalmente para quem está chegando agora e acho que seria interessante compartilhar um pouco da minha visão sobre o tema.
E esses hypes são como raios.
Da mesma maneira que surge do nada, vai embora do nada.
Portanto é interessante analisarmos com cautela as novidades que aparecem na internet de tempos em tempos que prometem 1001 maravilhas, mas em muitas das vezes é algo que funciona em tudo, menos no mundo real.
O clickbait e o medo andam de mãos dadas
Se você colocar no Google, ou no YouTube palavras como: AI, replace, jobs, vai encontrar centenas de vídeos com thumbs chamativas trazendo o pânico como se isso fosse realmente acontecer hoje ou amanhã.
Em português também já tem bastante conteúdo, mas em inglês é pelo menos umas 2x mais, e segue sempre a mesma linha:
Título chamativo para te ativar medo, ansiedade ou os dois juntos;
Thumb com alguma expressão de medo, terror ou desespero;
Printscreens de códigos, artes, ou qualquer coisa feito por uma IA.
E o conteúdo geralmente segue uma linha de mostrar alguns exemplos do que é possível fazer, sendo na maioria os famosos: “cherry-picking examples”, ou seja, exemplos escolhidos a dedo, geralmente 3, 4 coisas muito bem feitas após 500 tentativas até chegar nelas, e essa parte geralmente não é mostrada.
Mas claro que há sim alguns que mostram a coisa funcionando errado e/ou não dando certo, no entanto o fluxo é sempre o mesmo, a pessoa traz ali a versão dela, ou uma análise um pouco superficial, deixando a pergunta no ar.
O medo vende, e isso não é nada de teoria de conspiração, é a mais pura verdade. Uma das coisas que nos trouxe até aqui, desde o tempo das cavernas, foi o fato de ficarmos “alertas”, mas hoje o estado é praticamente constante em bastante gente, desencadeando até síndromes e ataques de pânico.
Perder o emprego é algo que preocupa, logo chamadas assim ativam o nosso medo por pensar em ficar sem o sustento, bem como a ansiedade de não saber se acontecerá realmente, e quando.
Mas vai roubar ou não vai?
Muita gente estabelece analogias positivas, e outras negativas sobre a tal industrialização 4.0 com a era em que as primeiras máquinas tirou os trabalhos manuais do pessoal do campo, com o que pode acontecer agora, onde algoritmos tirariam de cena centenas de milhares de pessoas.
Não sou dono da verdade, como também detesto ficar tentando adivinhar o futuro.
Já diria nosso inesquecível Mestre Yoda:
Difícil de ver. Sempre em movimento está o futuro.
Não há como estabelecer que tal coisa irá acontecer, é jogar um dardo no escuro.
Claro que é interessante termos dados e informações que nos faça tomar decisões mais seguras possíveis diante algo que pode nos afetar, mas predizer e causar pânico é algo de mal gosto.
Trabalho com tecnologia, em específico programação, há mais de 10 anos, e acredite em mim, as coisas não mudam de uma hora para outra, leva-se tempos até que o mercado olhe para algo com maturidade adequada para se utilizar.
Isso é tão verdade que neste momento que você lê esse texto, existem diversos sistemas desatualizados, legados, com tecnologias que estão anos atrás das que já temos hoje, em termos de linguagens e frameworks.
E vejo muita gente recém chegada, principalmente o pessoal mais novo, que nasceu na era pós-internet, logo tendem a ser mais imediatistas, e por consequência ansiosos, achando que tecnologias como essas, tais como ChatGPT, Dall-E, vão exterminar profissões de um dia para o outro.
Acalmem-se, ainda que esses sistemas tenham capacidade de realizar o trabalho por inteiro que hoje um profissional faz, isso levará tempo, são diversas questões até que saia um humano para ser inteiramente substituído por uma máquina, desde éticas, até a total eficácia da ferramenta, confiabilidade e etc…
Esse mesmo hype barulhento houve:
Em 2020, quando foi lançado o GPT-3;
Em 2021 quando o Github lançou o CoPilot;
Agora com o ChatGPT.
Tem ainda o pessoal mais velho que eu, dizem que desde os anos 80 vem tendo esse tipo de alarmismo a cada nova ferramenta lançada. Teve até quem falou que o aposentado Dreamweaver (editor de texto com preview do HTML) iria matar o programador. E estamos aí! Pra quem é novo, dê um Google nessa ferramenta.
Inclusive, em 2020 quando houve o hype do GPT e saíram praticamente as mesmas notícias e vídeos sobre o fim de várias profissões, eu escrevi um texto no meu blog pessoal falando disso, você pode ler clicando aqui.
Falando do ChatGPT, que está em cena desde que foi lançado, o que ele mostra são exemplos específicos, muitas vezes snippets de códigos, mas nada que chegue perto de escrever um código de um sistema inteiro, o mais simples que seja.
Atualmente temos o Github, Stackoverflow, dentre outros, com uma base de código com bastante, bastaaaaante coisa, e a demanda por programadores só aumenta.
Existem marketplaces que vendem templates de sites, e-commerces, blogs, portais, apps, tudo pronto, tem quase de tudo, ao seu dispor, e a demanda só aumenta.
O que modelos de linguagem gigantes como estes fazem é reduzir este atrito, ou seja, tornar esse resultado, que já existe, mais próximo de você.
E ainda que você tenha que escrever, em linguagem natural, o que um algoritmo precisa fazer… ainda é programação, o código só subiu mais um degrau de nível, o que vem acontecendo desde que furávamos cartões para programar.
E digo isso abrangendo: programador, desenvolvedor, engenheiros de software, dentre outras nomenclaturas, e sabendo que a parte do código é no máximo 30% do nosso trabalho, existe todas as outras partes que incluem: relacionamento, entendimento da lógica do negócio, desenvolver a solução ao problema… dentre outras.
Nosso trabalho é amplo, não sendo necessariamente apenas programar.
Mas o cliente agora vai poder ele mesmo desenvolver seu produto?
Dificilmente irá, muitos não querem chegar nem perto, e ainda que sim, alguns possam fazer isso no começo do seu negócio, como atualmente o pessoal já faz usando Webflow, WordPress, Wix, Shopify e etc, chega em um determinado momento do negócio que ele terá que fazer a gestão, liderar o projeto/produto, dentre outras tarefas mais voltadas a parte gerencial do business, e vai contratar alguém para mexer na parte técnica.
Isso já acontece. Peguei diversos projetos assim, e em muitos casos é uma experiência positiva, pois o cliente conhece bem seu produto, sabe solicitar melhor as demandas, entende a complexidade de algumas funcionalidades, conhece mais a estrutura, mesmo que tenhamos que corrigir bastante coisa que foi realizada não da melhor maneira, eles reconhecem isso.
E é ai que entram os programadores, ainda que no futuro sejam os programadores de IAs, ou assistentes de IAs, haverá necessidade de alguém que entenda do assunto com mais profundidade.
Que fique claro: o conhecimento que você tem, e/ou que você está tendo não é desperdiçado.
Será necessário cada vez mais de pessoas que entendam os pilares da computação, como as coisas funcionam por debaixo dos panos, pois a medida que as ferramenta como essas vão nos trazendo produtividade e avanços, teremos também de lidar com problemas e complexidades proporcionais a estes avanços, ou seja, saber como a base funciona é estar 10 passos na frente, é ter uma mente mais aguçada para entender determinado comportamento e/ou resolver aquele bug.
Embora eu tenho trazido exemplos mais voltados a programação, isso vale para diversas áreas, uma vez que vimos diversos exemplos de tarefas sendo realizadas pelo ChatGPT, desde áreas como jornalismo, nutrição, escrita, enfim, diversas.
Conclusões Práticas
Conforme vimos ao longo do texto, é importante para o progresso da sua carreira, bem como sua saúde mental, que você tenha em mente:
Hypes vem e vão, não dê tanta ‘trela’ assim.
O futuro está em movimento, tentar adivinhá-lo é pura especulação.
Se você tem ansiedade além do normal, evite embarcar nesses hypes.
Fique atento as novidades, mas procure por conteúdos bem embasados, sem alarmismos, com quem realmente entende do assunto.
Continue estudando, se capacitando e evoluindo suas habilidades, tanto as técnicas quanto comportamentais.
Nada irá acontecer de uma hora para outra, do dia pra noite, mudanças dessas magnitudes, onde nos últimos 50 anos vem sendo feitas por pessoas, não serão da noite pro dia trocadas por algoritmos.
Novas profissões tendem a surgir em maior proporção a cada avanço. Quem imaginaria, há 15 anos atrás, que atualmente existiria a profissão de “Gestor de Mídias Sociais”, ou “Community Manager”?
São recentes, e estão aqui por conta de avanços.
Que fique claro que não sou um cético contra os avanços do campo da IA, mas eu apenas as olho com mais sangue frio, e por ter alguma vivência nesse mercado, sei quais dores estão longe de serem resolvidas destas maneiras fantasiadas que pregam por aí.
Quando a profissão de desenvolvedores for 100% automatizada, provavelmente MUITAS outras também terão sido, e então há muitas chances de termos um sistema econômico bem diferente.
E não permita que algo que ainda não se provou real lá no futuro, prejudicar o seu presente.
É até meio clichê dizer isso, não é? Mas são verdades, o que você tem agora é o seu presente, não o futuro. Falo isso com real entendimento do que essas frases significam, pois também sou ansioso, e mesmo com um tempo de mercado considerável e tendo essa perspectiva que tratei aqui, tem horas que pensamentos intrusos dominam a mente cheios de “Será?”, “Mas e Se”? E você podê mandá-los embora lembrando disso acima!
Continue a jornada, estude, dê seu melhor, entenda como as coisas funcionam, estejam em comunidades, conheçam pessoas, construam coisas, projetos e produtos.
Criar é uma arte, e acredito que, por um bom tempo, será exclusiva de humanos.
Vagas badaladas da semana!
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Muito obrigado por ter lido até aqui! ❤️
Obrigadíssimo também por ter se inscrito(a) e acompanhar nosso projeto, isso me deixa feliz pra caramba, de verdade!
A música da semana descobri por acaso dirigindo por aí em uma playlist de novidades do Spotify, é bem pra ouvir e dar uma relaxada, dirigindo, pensando na vida, espero que goste!
Forte abraço e um excelente fim de semana!
Vinícius Lourenço
(CEO, CTO, Founder, Developer, Sysadmin, Head of Marketing e Severino faz-de-tudo no @ViUmaVaga)